sábado, 17 de outubro de 2015

Cabocla Tereza (1944)

CABOCLA TEREZA

(Letra: João Pacifico / Música: Raul Torres / Interprete: Raul Torres & Florêncio)




Cabocla Tereza é uma daquelas obras únicas e atemporais, que revolucionaram a forma como as composições eram realizadas e inspiraram toda uma geração de artistas.

Superou todas as limitações técnicas da época e tornou-se um dos clássicos da música sertaneja. Atualmente é impossível calcular quantas vezes esta música foi regravada.

Conheça agora a história desta composição, que pela primeira vez teve uma vítima em uma música, a morte da personagem principal.

Vida e obra de uma cabocla

O ritmo apresentado na música é chamado de “Toada Histórica” e tem como princípio a maneira de contar uma história declamando versos, dentro de uma música.

Este ritmo foi criado por João Pacifico e apresentado pela primeira vez na música Chico Mulato em 1937. A música Cabocla Tereza foi a segunda música a ser gravada, fazendo uso desse recurso.

Mas qual o segredo desta canção? O que faz ela ser tão adorada pelas pessoas?

João Pacifico
Segundo o compositor da letra, João Pacifico, ele acredita que os sucessos de suas toadas estão no fato de que as pessoas que ouvem suas obras gostam de ouvir histórias. Mas não podem ser histórias vazias, elas devem ser completas, com começo, meio e fim, num formato de folhetim, quase como uma notícia de Jornal.

João percebeu isso quase que sem querer, apenas pela observação da aceitação que o público tinha sobre sua música e a partir de então passou a utilizar este método como formula para todas as suas composições.

Porém, devido a limitações técnicas, quase não teríamos registro histórico sobre esta nova forma de se fazer música.

A tecnologia utilizada para a gravação de discos entre 1913 e 1950 era o formato conhecido como 78 rotações, que tinha este nome porque indicava a quantidade de voltas que o disco dá em um minuto. Passou a ser utilizado como padrão de mídia, em vitrolas movidas a manivela. A capacidade de armazenamento da mídia era cerca de 3 minutos em cada lado do disco.

Ambas as músicas originalmente tinham mais do que três minutos, então coube a um grande visionário viabilizar o meio para que esta obra fosse registrada.

O presidente da gravadora RCA Victor no Brasil, Sr. Evans, gostou tanto do novo ritmo que tratou de dar um jeito para fazer a música caber no formato.  Cortou parte da orquestração aqui, apertou um pouquinho ali até que a música coubesse toda de um lado do disco e ainda incentivou João Pacifico a escrever novas músicas no mesmo estilo.

Quem são os compositores

A música Cabocla Tereza foi composta por João Pacifico (Letra) e Raul Torres (Música).

João Pacifico é o nome artístico de João Baptista da Silva. Nasceu em Cordeirópolis, interior do estado de São Paulo, no dia 05 de agosto de 1909.

Teve seu primeiro contato com música ainda criança, quando morando em Limeira-SP, viu a apresentação de um grupo de teatro de revista e se encantou pela bateria que era tocada pela banda. Depois de muito insistir, conseguiu algumas lições de como tocar o instrumento com os artistas.

Mas a paixão de João era escrever versos, onde conseguia revelar sua alma cabocla.

Aos dez anos, mudou-se para Campinas-SP, quando sua mãe foi trabalhar na casa de Ana Gomes, irmã do maestro Carlos Gomes. Neste período passou a ter contato com músicos da cidade grande.

Raul Torres é o nome artístico de Raul Montes Torres. Nasceu em Botucatu, interior do estado de São Paulo, no dia 11 julho de 1906.

Começou a carreira como cantor em sua cidade natal, cantando músicas caipiras em festas.

Raul Torres
Raul Torres começou a cantar profissionalmente a partir dos anos 20, quando se mudou para São Paulo. Na capital paulista fez parte de um grupo chamado Turunas Paulistas, cantando Sambas e Emboladas (ritmo parecido com o “repente” que teve origem no nordeste brasileiro).

Foi somente em 1927 que se dedicou a tocar modas de viola, quando foi contratado pela rádio Educadora de São Paulo.

Raul Torres também compôs músicas de forma independente, que hoje são considerados clássicos da música sertaneja. Entre elas destaca-se Saudades de Matão (o compositor colocou a letra sobre um ritmo de valsa chamada Francana, de composição do Maestro Jorge Galati e executada com muito sucesso nas rádios).

João Pacifico foi apresentado à Raul Torres por meio do escritor e poeta modernista Guilherme de Almeida.

Vivendo em campinas, João trabalhava como ajudante de lava pratos no carro restaurante da Cia Paulista de Estrada de Ferro. 

Todos na companhia conheciam a fama que João tinha de poeta e escritor de versos. Certa vez, o cozinheiro pediu que João lhe desse alguns versos que havia escrito, pois entregaria à Guilherme de Almeida, que era viajante frequente e estava a bordo do trem.

O escritor gostou do que leu e mandou entregar a João um cartão de visitas, pedindo que o procurasse na Rádio Cruzeiro do Sul em São Paulo, onde era Diretor.

Guilherme de Almeida
João Pacifico então se dirigiu à rádio e foi recepcionado pelo próprio Guilherme de Almeida, que o apresentou à Paraguassú (nome artístico de Roque Ricciardi), um dos cantores paulistas de maior cartaz na época.

João mostrou a Paraguassu uma canção em ritmo de embolada que havia escrito, chamada “Seu João Nogueira”. Paraguassu não se interessou pela música, alegando não ser o tipo de canção que se adequasse ao estilo que cantava e sugeriu que procurasse Raul Torres, cantor e apresentador de programas na rádio que tinha gravado emboladas no início da carreira. Raul gostou do que viu e gravou a canção em janeiro de 1935 pela gravadora Odeon.

A partir daquele momento teve início a carreira artística de João Pacifico. Após a gravação deste disco, passou a escrever e a gravar outras músicas, inclusive em outros ritmos, como marchinhas e valsas.

Fatos que marcaram a carreira dos artistas

A fama de João Pacifico como compositor chegou ao conhecimento de Diogo Mulero (cantor Palmeira), Diretor na gravadora RCA Victor, que o contratou para trabalhar na gravadora. Neste mesmo período, contrataram também Raul Torres.

A primeira música de João Pacifico gravada pela RCA Victor foi Chico Mulato. Há uma curiosidade nesta gravação, pois naquela época, Raul Torres fazia dupla com o sobrinho Serrinha, que teve um problema com a voz. Coube a próprio João Pacifico cantar a música, em conjunto com Raul Torres.

Raul Torres tinha muita simpatia por João Pacifico e gostava do material produzido pelo compositor. Escreveram cerca de 40 músicas em parceria, como por exemplo “Pingo D’agua”.

A dupla Raul Torres e Florência teve início em 1942 e durou até 1970, sendo uma das mais duradouras e influentes da música sertaneja. Juntos a dupla gravou mais de 40 discos (somando 78 rotações e LPs).

Raul Torres, Florêncio e João Pacifico

Florêncio (nome artístico de João Baptista Pinto) era natural de Barretos, interior do estado de São Paulo. Ele era farmacêutico e tentava compartilhar a carreira de cantor com a profissão, porém devido à popularidade que vinha alcançando ao se apresentar em rádios da capital e do interior, decidiu se dedicar integralmente à carreira artística.

Em 1945, Torres e Florência obtiveram talvez seu maior sucesso com a moda-de-viola a canção A moda da mula preta, também de Raul Torres e João Pacífico, incluída até hoje entre os clássicos da música caipira.

A dupla Torres e Florêncio foi quem imprimiu um estilo de canto com duas vozes mais médias e que mais influenciou outras duplas até o surgimento de Tonico e Tinoco, que se apresentavam com um canto mais agudo.

A dupla se desfez em 1970, quando ambos vieram a falecer.

Em Botucatu, foi erguido um monumento na Praça Comendador Emilio Pedutti (a praça do bosque), marco zero do município em homenagem a Raul Torres.

Monumento à Raul Torres na praça do Bosque em Botucatu-SP

Florêncio foi uma das principais influências do violeiro e cantor Tião Carreiro.

João Pacifico faleceu em 1998, na cidade de Guararema.

Em sua cidade natal, Cordeirópolis, em homenagens a João Pacifico, foram criadas a “Casa da Cultura João Pacifico” e a “Medalha João Pacifico”, instituída pela Câmara Municipal e dada a Personalidades.

Em Guararema, instituiu-se a “Semana João Pacifico”, em homenagem ao poeta.


Fontes:
  • Programa Viola minha Viola – Participação de Adauto Santos, João Pacifico, Nonô Basilio. Apresentação de Moraes Sarmento – Tv Cultura – Mai/1980
  • Artigo: Breve música da indústria da Música no Brasil – Site: http://www.musicaltda.com.br – Mai/2014
  • Artigo: Entenda os termos mais usados no mundo dos discos de vinil – www.somvinil.com.br – Jan/2011
  • Livro: E o Rádio? Novos Horizontes Midiáticos – Luiz Arthur Ferraretto e Luciano klöckner – EdiPUC - 2010
  • Blog: Museu da Canção – Cabocla Tereza – Nov/2012
  • Artigo: Biografia de Raul Torres e Florêncio – www.letras.com.br.
  • Artigo: Florêncio – Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira - www.dicionariombp.com.br
  • Artigo: Homenagem a João Pacifico, o Poeta do Sertão – Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo – http://www.al.sp.gov.br - Ago/2009
  • Programa Ensaio – Entrevista com João Pacifico – Tv Cultura – 1991.
  • Blog: PRB6 – Rádio Piratininga – Artigo sobre a Rádio Cruzeiro do Sul – Out/2010 - http://radiopiratininga.blogspot.com.br
  • Artigo: Moda de Viola Homenageia  João Pacifico – São Carlos Agora – www.saocarlosagora.com.br – Out/2015


sábado, 10 de outubro de 2015

Menino da Porteira (1973)

MENINO DA PORTEIRA

(Letra: Teddy Vieira / Música: Luizinho / Interprete: Sérgio Reis)




Originalmente, a música “Menino da Porteira” foi gravada em 1955, pelo trio Luizinho, Limeira e Zezinha. Mas o objetivo deste texto é apresentar o que uma música bem-feita, com uma estória consistente pode fazer na vida de um compositor e um cantor.

O artigo de hoje conta a história da regravação de um clássico, que dezoito anos depois de sua primeira gravação, causou um impacto enorme na carreira de dois grandes artistas brasileiros, o compositor Teddy Vieira e o cantor Sérgio Reis.

Quem foi Teddy Vieira?

Teddy Vieira nasceu em 1922 na cidade de Itapetininga (região de Sorocaba) no interior do estado de São Paulo.

Teddy Vieira
De família de padrão social razoável, estudou o primário em sua cidade natal e seguiu para São Paulo para concluir seus estudos. Se formou em administração e chegou a ocupar o cargo de Diretor de Finanças da Prefeitura de São Paulo, equivalente ao atual Secretário da Fazenda, que é responsável pelas finanças do município.

Teddy Vieira de Azevedo se tornou compositor por acaso, pois era totalmente autodidata em se tratando de conhecimento musical.

Começou a escrever seus versos caipiras aos 18 anos e aos 23 anos teve suas duas primeiras canções gravadas, “Preto de alma Branca” e “João-de-Barro”.

As letras das músicas de Teddy Vieira sempre tinham um fundo de moral, pois procurava transmitir a importância do trabalho e ensinamentos. Por meio de fábulas, retratava situações para fazerem as pessoas refletirem, com o objetivo de pregar bons exemplos.

Muito observador e apaixonado pelo universo rural, incluiu em suas canções os cenários tomados de rebanhos de gado, peões e outros personagens em canções antológicas.

Além da música “Menino da Porteira” que o consagrou como compositor, Teddy Vieira também compôs as músicas “A Caneta e a Enxada” (em parceria com Capitão Barduino e sucesso nas vozes de Zico e Zeca - 1956), “Boiadeiro Errante” (sucesso nas vozes de Liu e Leo – 1959), “Pagode em Brasília” (em parceria com Lourival dos Santos e sucesso nas vozes de Tião Carreiro e Pardinho - 1961), “Rei do Gado” (sucesso nas vozes de Tião Carreiro e Pardinho - 1961), e outras 300 músicas sobre o tema caipira.

Teddy Vieira

Apesar de Teddy ter escrito muitas músicas em parceria, segundo os amigos mais próximos, ele teria cedido coautoria para ajudar um ou outro amigo.

Além de compositor, Teddy Vieira era um grande violeiro. O som de viola, na introdução da música “Menino da Porteira” gravada em 1955, foi tocada por ele.

Em meados dos anos 50 e início dos anos 60, Teddy Vieira foi Diretor do Departamento de Música Sertaneja nas gravadoras Columbia e RCA Victor. Neste período lançou grandes artistas, entre eles Tião Carreiro.

O menino da Porteira

A inspiração para a letra da música veio das viagens que Teddy fazia para Andradas, no sul de Minas Gerais, próximo à cidade de Ouro Fino. O objetivo era encontrar a então namorada América Rizzo, que viria se casar anos depois.

América Rizzo e Teddy Vieira
O percurso era feito por estradas de terra e muito destes caminhos passavam por dentro de fazendas e sítios. Para cruzar entre uma propriedade e outra haviam portões de madeira chamados de “porteira”. Estas porteiras existem até hoje, porém atualmente são usadas somente para tráfego de animais. Porque nas estradas rurais, na divisa entre uma propriedade e outra foram colocados mata-burros, que facilitam o trânsito de veículos e pessoas, porém impede que os animais atravessem de uma propriedade para outra.

Foto de um Mata-Burro
Numa dessas travessias, já incomodado pelo calor que fazia e pela necessidade de abrir e fechar porteiras, quando se aproximou de uma propriedade, Teddy observou que um menino vinha correndo em sua direção. O garoto abriu e fechou a porteira assim que ele passou. Agradecido, Teddy pegou uma moeda no bolso e lançou em direção à criança. O garoto agradeceu e continuou seus afazeres.

Teddy ficou pensando naquela cena e logo imaginou uma história, que poderia se transformar numa música. Diferente do que muitos pensam, com exceção do menino que abre a porteira, os fatos contados na música não são reais.

Johnny Johnson, do mundo para o Brasil

Houve uma época na história da música Brasileira, que para fazer sucesso, o cantor tinha que cantar em inglês e principalmente ter um nome artístico em inglês.

Diversos artistas que hoje são sucesso no Brasil passaram por esta situação. Entre eles, destacam-se Mark Davis (Fábio Junior), Don Elliot (O Ralf da dupla Christian e Ralf), Morris Albert (Maurício Alberto Kaisermann), cantor e compositor da balada romântica Fellings (gravada em 1975) e Johnny Johnson, nome artístico adotado por Sérgio Reis no início da carreira.

Sérgio Reis
A mudança do nome de Sergio ocorreu em 1958, quando descoberto por Tony Campello (cantor, produtor musical e irmão da cantora Celly Campello, precursora do rock no Brasil, quando gravou em 1959 a versão em português da música “Estupido Cupido”), foi recomendado para uma entrevista na gravadora RCA Victor. 

O executivo da gravadora, Diogo Mulero (o cantor Palmeira), não gostou do nome Johnny Johnson, e quis saber seu nome de batismo, porém ao ouvir do cantor o nome Sergio Bavini (herança do pai italiano), sugeriu que ele encontrasse um outro nome. Foi então que se lembrou do sobrenome da mãe, “Reis”. Que tal Sergio Reis? Disse o cantor. O executivo testou a sonoridade do nome e achou bom, mas antes, quis saber a opinião de outro executivo da gravadora que estava presente, Teddy Vieira, que concordou com o nome.

O estilo musical seguido por Sergio Reis no início da carreira era o romântico. Foi inspirado pelo pai e pelos tios que eram cantores de serestas e suas principais referências eram Carlos Galhardo, Orlando Silva e Nelson Gonçalves. Se apresentava em bares e boates.

Nos anos 60, se tornou ídolo do movimento da Jovem Guarda, quando gravou a música “Coração de Papel”, escrita por ele mesmo.

Sergio Reis também é compositor e entre os anos 60 e 70 compôs músicas para os cantores Deno e Dino, Os Vips, Golden Boys, Clara Nunes, entre outros.

Porém com o fim do programa Jovem Guarda, Sergio Reis desapareceu da mídia, não era mais convidado a participar de programas de televisão ou de rádio. Porém continuava fazendo seus shows.

Os primeiros passos cantando Música Sertaneja

Em 1972 Sérgio Reis gravou a música “Menino da Gaita” uma versão escrita por ele da música “El Chico D' El Armônica”, composta por Fernando Arbex.

Decidido a voltar à mídia, criou o áudio de uma propaganda de cerca de 15 segundos divulgando o novo disco e foi até o departamento comercial da rádio Tupi (uma das grandes emissoras de rádio da época) e com a ajuda da gravadora adquiriu um pacote de inserções em programas de sucessos da emissora. Em um mês, incentivado pela propaganda, a música se tornou um sucesso, pois era veiculado várias vezes ao dia, a pedido dos fãs.

Com o sucesso da música "Menino da Gaita", a procura por shows aumentou.

Uma destas contratações foi para se apresentar em um baile de debutantes em Tupaciguara-MG, cidade que fica a cerca de 70km de Uberlândia e terra natal da cantora Nalva Aguiar.  Eram cerca de 2000 debutantes que viviam na própria Tupaciguara e em cidades da região.

Tony Campelo
Ao término da sua apresentação, Sergio ficou ali nos bastidores, quando a banda contratada para o evento começou a tocar a música "Menino da Porteira". A comoção foi geral, todos os presentes cantavam junto e aplaudiam os músicos. Até então, Sergio não conhecia a música e ficou intrigado com a reação do público. 

Chegando a São Paulo, Sérgio procurou seu produtor, Tony Campello e disse a ele que havia encontrado um sucesso para o novo disco. O cantor foi incentivado pelo produtor a tentar, porém estava inseguro, porque seria uma mudança de estilo, nunca havia gravado uma música sertaneja e até aquele momento era conhecido por ser um cantor romântico.

Sérgio Reis foi orientado por Tony a fazer como Wilson Simonal, um dos grandes “Showman” do Brasil, que teve o auge de seu sucesso nos anos 60. Ele cantava as músicas preparadas para o repertório do próximo disco em seus shows e depois decidia se gravava ou não, de acordo com a reação da plateia.
Wilson Simonal

O local escolhido para a primeira apresentação da música foi a boate “Cafona” em Goiânia-GO (capital do estado), que apesar do nome, tinha grande prestigio na cidade e sempre contava com grandes números musicais. A apresentação foi um sucesso, as pessoas aplaudiam e pediam que repetisse.

Teste feito, Sérgio Reis gravou a música no disco que seria lançado em 1973. Começava ali a carreira de Sergio Reis como interprete de música sertaneja.

A repercussão foi tão grande que em pouco tempo tornou-se um grande sucesso. Nesta época músicas sertanejas não eram tocadas em rádios FM, porém em algumas cidades do interior era possível ouvir "Menino da Porteira" na voz de Sergio Reis.

Com o sucesso da música, em 1976, a história cantada se transformou em filme nas mãos do diretor de cinema Jeremias Moreira Filho. O próprio Sergio Reis foi convidado para ser protagonista, onde interpretou o peão de boiadeiro Diogo. Em 2009, foi produzido um remake do filme, dirigido pelo próprio Jeremias Moreira Filho, com o cantor Daniel no papel de Diogo.

Depois do Sucesso de Menino da Porteira, no disco seguinte, Sérgio gravou outro sucesso de Teddy Vieira, “João-de-Barro”, alcançando outro enorme sucesso.

Sérgio Reis
Em 1975 se consolidou como cantor de músicas sertanejas, quando gravou o disco Saudade de Minha Terra, onde interpretou a música tema do disco (composição de Goiá) além dos clássicos como "Chico Mineiro" (composição de Tonico & Tinoco), "Chalana" (composição de Mario Zan), "Cavalo Preto" (composição de Anacleto Rosas Jr), entre outras.

O que aconteceu depois?

Teddy Vieira morreu em 1965, vítima de um trágico acidente automobilístico na Rodovia Raposo Tavares, na região de Sarapuí e não viveu para ver sua obra ser redescoberta pelo grande público.

Até o ano de gravação de Menino da Porteira, a obra de Teddy Vieira vivia um pouco esquecida, inclusive a família de Teddy (a esposa e filho) viveu um período de dificuldades financeiras. 

A família de Teddy Vieira presenteou Sergio Reis com a viola que Teddy compôs a maioria de seus sucessos, em agradecimento por ter regravado suas músicas, pois foi com os recursos angariados com os direitos autorais que a viúva pode dar uma vida digna ao filho.

Em 2015, a prefeitura de Itapetininga ergueu uma estátua no centro da cidade, em homenagem ao compositor Teddy Vieira

Estátua em homenagem a Teddy Vieira - Itapetininga-SP

Sergio Reis também se destacou como ator. Atuou em cinco telenovelas: Paraiso (1982 - Rede globo), Pantanal (1990 – Rede Manchete), A História de Ana Raio e Zé Trovão (1990 – Rede Manchete), O Rei do Gado (1996 – Rede Globo) e Bicho do Mato (2006 – Rede Record), sempre representando figuras sertanejas.

Sergio Reis foi indicado a cinco prêmios Grammy Latino, na categoria Melhor Álbum de Música Sertaneja. Com três prêmios conquistados, é o maior vencedor nesta categoria.

Em 2014, Sergio Reis foi eleito deputado federal pelo estado de São Paulo, com 45.300 votos.

Sérgio Reis sendo diplomado como Deputado Federal

Aos 75 anos, Sergio Reis continua firme na carreira, fazendo cerca de 16 shows por mês. Seu mais recente trabalho foi a gravação de um CD/DVD chamado Amizade Sincera, em parceria com seu amigo Renato Teixeira. Por este trabalho, foi premiado em 2015 com um Disco de Ouro, pela vendagem obtida.

Renato Teixeira e Sérgio Reis na gravação do DVD Amizade Sincera

Fontes:

  • Programa Prieto Jr – Entrevista com Sérgio Reis – Jan/2012;
  • Menino da Porteira – Mai/2015;
  • Programa Moda de Viola – Especial Teddy Vieira – TVE São Carlos – Jun/2015;
  • Wikipedia.org.br;
  • G1 – Matéria: Autor de 'O Menino da Porteira' ganha estátua após 50 anos de morte – Mai/2015;
  • Jornal Cruzeiro do Sul – Materia: Autor de "O Menino da Porteira" é de Itapetininga – Ago/2012;
  • Blog – Boa Música Ricardinho – Artigo sobre Sérgio Reis – www.boamusicaricardinho.com.br;
  • Blog – Recanto Caipira - http://www.recantocaipira.com.br;
  • Fantástico – Quadro Bem Sertanejo apresentado por Michel Teló – Rede Globo – Nov/2014.

domingo, 4 de outubro de 2015

Chico Mineiro (1945)

CHICO MINEIRO

(Composição e Interpretação: Tonico & Tinoco)



Escrever sobre este tema é muito gratificante, pois me faz recordar a minha infância.

Quando eu era criança, tínhamos um disco de karaokê de músicas sertanejas e minha mãe, minha irmã e eu passávamos muito tempo cantando esta música.

Me faz lembrar também da minha avó, porque foi com canções de Tonico e Tinoco que ela passou a gostar de músicas sertanejas. Na sua infância e adolescência, minha avó trabalhava na roça e para o trabalho ser mais prazeroso, seu pai e seus irmãos passavam o dia cantando músicas da dupla.

Tonico e Tinoco foi a dupla que abriu as portas para que as pessoas conhecem a música caipira de raiz. Não desmerecendo os que vieram antes e depois deles, mas a dupla foi a primeira a ter grande projeção nacional.

Isto também se deve as inúmeras aparições em programas de rádio, a principal mídia de massa da época.

Rememorando o ditado que diz que “o sucesso é feito de 10% de inspiração e 90% de transpiração”, na vida da dupla o ditado não foi diferente. Por ser de origem humilde, passaram por algumas dificuldades na profissão que contados hoje em dia, se tornam histórias cômicas, mas que na época deu trabalho, pois no início da carreira, orientado por amigos, decidiram realizar apresentações em circos montados em bairros vizinhos e ficaram sem receber cachê.

O início da dupla

Tonico & Tinoco
Tonico e Tinoco é o apelido dos irmãos João Salvador Perez e José Salvador Perez. Nascidos em São Manuel-SP e Botucatu-SP respectivamente, cidades que ficam a cerca de 250 Km da capital paulista entre Sorocaba e Bauru.

Começaram a cantar quando Tonico com 10 anos e Tinoco com 6 anos, moravam em uma fazenda em Botucatu, local onde seus pais trabalhavam como empregados. No fim da tarde, ficavam observando os funcionários da fazenda, que voltavam do trabalho e vez ou outra lhes pediam para cantar em troca de um “Tostão”. Eles achavam bonito dois irmãos tão jovens, cantando de forma tão afinada.

Já na adolescência e início da idade adulta, eram convidados para animar as festas realizadas em fazendas vizinhas.

O transito entre estas fazendas não era muito simples, porque na época não havia ruas asfaltadas, muito menos iluminação pública, o trajeto em geral era feito a pé, sobre o chão de terra e sob a luz do luar.

Numa destas apresentações, devido à poeira da estrada, chegaram sujos ao local. Não tiveram coragem de aparecer na festa, então decidiram parar numa venda de beira de estrada. Pediram um copo d’agua, conversaram um pouco e quando iam deixando o estabelecimento, o dono perguntou se eles eram cantores. Fizeram sim com a cabeça e começaram a contar a ele sobre a situação, mas antes que terminassem, foram interrompidos pelo homem que pediu que eles cantassem.

Eles cantaram e entre uma música e outra chegava cada vez mais gente. No final, as pessoas que estavam na festa, foram para frente da venda, para ouvi-los cantar.

A primeira aparição como profissionais aconteceu na Festa de Aparecida de São Manuel, em frente ao Santuário Nossa Senhora da Assunção Aparecida, em agosto de 1935.

A chegada a São Paulo e a vida na cidade grande

Antes da família se mudar para a capital paulista, tiveram uma passagem por Sorocaba-SP onde moraram por quatro anos.

Em 1941, chegam à São Paulo. No início, foram morar com uma das tias, numa casa de dois cômodos. Contando os tios e os primos, eram ao todo cerca de 20 pessoas sobre o mesmo teto. Algum tempo depois, conseguiram alugar uma casa de dois cômodos e se mudaram.

Sem muita alternativa de emprego, Tonico arregaçou as mangas e partiu para fazer o que sabia de melhor, comprou uma enxada e foi ser diarista nas chácaras do bairro de Santo Amaro. Em seguida, conseguiu um emprego numa tinturaria e tratou de levar o irmão junto. Dividiam seu tempo entre o trabalho e as cantorias.

Os amigos que fizeram na nova cidade gostavam de ouvi-los cantar e os incentivaram a participar de programas de rádio. Então se inscreveram para participar do programa de calouros comandado por Chico Carretel, na Rádio Piratininga.


Participação no programa de Chico Carretel
Neste período ficaram sabendo que o Capitão Furtado, apresentador do programa Arraial da Curva Torta estava promovendo um concurso para preencher a vaga de violeiro em seu programa. Em troca, a emissora premiaria o vencedor com a gravação de um disco e a divulgação de seu trabalho. A dupla se inscreveu e participou do concurso utilizando o nome de Irmãos Perez.

Capitão Furtado
Ganharam o concurso e a partir de então, passaram a fazer parte do elenco fixo da rádio, participando de programas e tendo suas músicas sendo divulgadas em toda a região. Foi o próprio Capitão Furtado que batizou a dupla como Tonico e Tinoco, pois considerava o nome Irmãos Perez muito europeu (herança do pai espanhol) e que não combinava com o estilo musical e o talento original que possuíam.

Algum tempo depois, a rádio Piratininga foi adquirida pelo grupo Diários Associados e passou a integrar a rede de rádios Tupi, numa ofensiva de seu proprietário, o Sr. Assis Chateaubriand, de montar uma poderosa rede de veículos de comunicação, ampliando assim o alcance e a divulgação do trabalho da dupla.

As primeiras apresentações e a gravação do primeiro disco

Porém, nem tudo eram flores e o salário que recebiam na rádio não era suficiente para sustentar toda a família, então Tinoco tratou de pensar numa forma de ganhar mais dinheiro.

Em conversa com alguns colegas da Rádio, Tinoco perguntou como eles faziam para complementar a renda, foi quando descobriu que eles faziam shows em boates. Tinoco foi até uma das casas indicadas e acertou tudo com o proprietário. Fariam quatro apresentações por semana.

Chegando em casa, contou a novidade para Tonico e logo passaram a trabalhar no repertório que apresentariam. Como nunca tinham cantado num lugar como aquele, não tinham ideia sobre quais músicas deviam interpretar.

Pensaram que o nome “boate” tinha algo a ver com “beata”, logo, pensaram se tratar de algum tipo de igreja. Até aquele momento, não tinham escrito ou mesmo cantado nenhuma música de tema religioso, então Tinoco pensou em declarar alguns versos falando sobre Jesus, como numa pequena oração, antes de cantar suas músicas.

No dia da apresentação, enquanto aguardavam sua vez, Tonico ia mentalmente falando os versos para não esquecer. Quando a cortina se abriu, Tonico pronto para declamar os versos levou um susto, porque a maior parte das pessoas estavam nuas no recinto. Na hora não sabia o que fazer e ficou ali parado, olhando para aquele mar de gente, sem acreditar no que estava vendo.

Na busca de um meio para conseguir fazer mais shows, o circo era uma opção, porém como não tinham sido bem-sucedidos, resolveram dar um tempo e passaram a fazer apresentações em estações de trem. A mecânica das apresentações era a seguinte:

  1. Chegavam perguntando para o público em volta se conheciam a dupla Tonico e Tinoco. Em seguida se apresentavam como os próprios e perguntavam se podiam cartar para eles;
  2. Após cantar umas três canções, corriam o chapéu em busca de algum trocado oferecido pela plateia;
  3. Finalizavam com mais algumas canções.
Fizeram isso por cerca de 20 anos, até que ganharam projeção e voltaram a fazer apresentações em circos. Naquela época, o valor pago era baseado em parte do arrecadado na bilheteria. Enquanto cantavam, ficavam de olho na quantidade de pessoas da plateia e mentalmente faziam o cálculo do percentual combinado. No final da apresentação, já tinham uma noção de quanto iriam receber.

Em 1944, empresariado pelo Capitão Furtado, foram convidados pela gravadora Continental a gravar o primeiro disco. O tipo de gravação seguia o formato 78 rotações, com uma música em cada lado do disco.

Como nunca haviam feito uma gravação, adotaram o mesmo processo de entonação de voz que utilizavam em suas apresentações, bem alto, pois sempre possuíram uma potência vocal muito grande.

Ao cantar a primeira música, ocorreu tudo bem, o problema aconteceu quando foram gravar a segunda. A música começava com um grande agudo e ao recitar o primeiro verso, a voz saiu tão estridente, que danificou o microfone. Como o processo de gravação naquela época era muito caro, se tornava inviável refazer a gravação e o disco saiu com apenas uma música de Tonico e Tinoco. O outro lado foi completado com a música de uma outra dupla que havia se desfeito e que a gravadora ficou com os direitos de publicação. Desta forma, pode-se se dizer que o primeiro disco de Tonico e Tinoco foi na verdade um “meio disco”.

O início do sucesso e a projeção nacional

Tonico e Tinoco participavam de programas de rádio, faziam shows em circos e clubes e já tinham alcançado certo sucesso entre o público sertanejo, porém ainda não haviam conquistado o sucesso em venda de discos e isso incomodava a gravadora, pois via como distante o retorno de seu investimento.

Então, após quatro gravações deram um ultimato a dupla, gravariam apenas mais um disco e caso este não emplacasse, o acordo seria desfeito.

Naquela época, a gravação de discos não era uma coisa que dava retorno financeiro para os cantores em geral, mas servia de divulgação do trabalho onde quer que fossem e isto preocupava a dupla.

Foi quando buscaram em seu arquivo de composições uma moda de viola que haviam escrito em 1942, logo que começaram a trabalhar na rádio Piratininga, a música Chico Mineiro.

A inspiração para a letra da música veio de uma história contada por Francisco Ribeiro, Porteiro da Rádio Piratininga e amigo da dupla. Baseada em fatos reais, contava a história dos irmãos Chico Mineiro e José Mendes, trabalhadores de roça, que viviam com sua família no estado de Minas Gerais.

Decidido a mudar de vida, o irmão mais velho José Mendes foi primeiro.  Pediu permissão aos pais e partiu para Goiás. Chico Mineiro bem mais novo que o irmão foi depois. Com o sonho de se tornar um tropeiro, ficou trabalhando no Estado de Minas Gerais mesmo.

Passados alguns anos, José Mendes conquistou dinheiro e fortuna, adquirindo uma tropa de mulas. O restante da história é contado na música.

Decididos a fazer sucesso, a dupla entrou em estúdio e gravou mais um disco no formato 78 rotações, com as músicas “Cortando Estradão” de um lado e “Chico Mineiro” do outro.

O disco teve grande repercussão em 1946 e a nova música caiu no gosto popular, fazendo com que a dupla que já era conhecida no rádio e nos shows de circo, se tornasse também um grande sucesso na venda de discos.

A agenda de shows aumentou e a dupla passou a fazer apresentações em lugares cada vez mais distantes.

O trajeto era feito de carro e em sua maioria por estradas de terra. Para se ter uma ideia da dificuldade que era realizar uma viagem, o trecho entre São Paulo e Bauru que hoje leva cerca de três horas, levava em média 14 horas.

Como não havia “paradas” como hoje (postos de gasolina com restaurante), estacionavam o carro em frente a alguma casa e perguntavam se não havia uma “comidinha” para eles. Se apresentavam como cantores, abriam o porta malas do carro e retiravam discos e fotos que eram distribuídos para os membros da família. Sacavam a viola e se punham a fazer um show particular para aqueles que os acolhessem.

Em 1951, ganharam do humorista Saracura (apelido de Oscar Pereira Rodrigues), animador e apresentador de programas de rádio, o slogan “A dupla coração do Brasil”, que resolveu batizá-los assim, porque tinham a capacidade de interpretar todos os ritmos regionais.

Porém em 1960, quase que o sonho teve um fim. Vítima de um quadro grave de tuberculose, Tonico foi submetido a uma cirurgia que o obrigou a ficar três anos e meio longe dos palcos. Nesta época, Tinoco pedia aos fãs que orassem pelo irmão e uma promessa foi feita a Nossa Senhora Aparecida. Pela graça alcançada, ergueriam uma capela em homenagem a Santa.



Com Tonico curado, conforme prometido, ergueram uma capela em Vila Diva na zona lesta da capital paulista, próximo ao local onde moravam.

Gravaram também a música “Aparecida no Norte” em homenagem a Nossa Senhora Aparecida:

                            "Já cumpri minha promessa na Aparecida do Norte
                             E graças a Nossa Senhora não lastimo mais a sorte
                             Falo com Fé: - Não lastimo mais a sorte
                            Já cumpri minha promessa na Aparecida do Norte. ”


Uma curiosidade: Foi a primeira dupla a gravar uma música religiosa em moda caipira.


Foto de inauguração da capela, em homenagem a Nsa. Senhora Aparecida - Vila Diva-SP

Ao longo dos anos, Tonico e Tinoco se tornaram artistas de muito sucesso, sendo figuras frequentes em todos os tipos de mídia (jornal, rádio e televisão).

Foram muito premiados pelas suas obras, e ganharam as maiores honrarias que haviam na época, o troféu Roquet Pinto, o troféu Impressa e o Prêmio Sharp de Música.


Tonico & Tinoco
Em 1994, Tonico morre após sofrer a queda de uma escada, no prédio onde morava. Encerrava assim uma parceria que durava cerca de 60 anos.

Tinoco ficou muito abalado com a morte do irmão e tinha decidido encerrar a carreira, mas analisando sua agenda de compromissos, viu que faltavam muitos shows para concluir. Como sempre foram muito profissionais, Tinoco decidiu honrar os compromissos, cantando sozinho.

Passado algum tempo, incentivado pelos amigos, resolveu cantar novamente, mas agora fazendo dupla com seu filho. A dupla chamou-se Tinoco & Toniquinho.

Em 2010 Tonico e Tinoco foram homenageados por Roberto Carlos, em show dedicado à música sertaneja. O projeto foi chamado de Emoções Sertanejas e teve a presença de Tinoco, comemorando seus 75 anos de carreira, recebendo das mãos de Chitãozinho & Xororó uma placa comemorativa.


Tinoco, cercado por Chitãozinho, Roberto Carlos e Xororó
Em 2012, morre Tinoco aos 91 anos, vítima de um ataque cardíaco, dando assim por encerrada a história da dupla que foi sinônimo de música caipira.

Em 60 anos de carreira, Tonico & Tinoco gravaram mais de 1.000 músicas em mais de 80 discos, tendo vendido no total mais de 150 milhões de cópias.

Fizeram sete filmes em toda a carreira. Sendo um deles, o filme "lá no Sertão", uma cine biografia sobre o inicio de carreira da dupla.

Apesar de gravarem tantas canções, ficaram mais conhecidos por interpretarem as músicas: Tristeza do Jeca (Composição de Angelino de Oliveira), Moreninha Linda (Composição de Tonico, Priminho e Maninho), Cana Verde (Composição de Tonico e Tinoco), Cabocla Tereza (Composição de João Pacifico e Raul Torres), Besta Ruana (Composição de Tonico e Ado Benatti), Chico Mineiro, entre outras.


Fontes:


  • Documentário Tônico e Tinoco, a Dupla Coração do Brasil – David Farias, Jones Mendes e Marcílio Marcondes;
  • Wikipedia.org.br;
  • Jornal SBT Brasil – Reportagem sobre a Morte de Tinoco – Maio/2015;
  • Especial TV Cultura – Tonico e Tinoco – 1973;
  • Globo Rural: Homenagem à Tonico e Tinoco – Maio/2012;
  • Artigo: Roberto Carlos Homenageia Tonico e Tinoco em show sertanejo – Site Terra – Mar/2010;
  • Blog: Recanto Caipira - www.recantocaipira.com.br;
  • Blog: O Teatro da Vida - http://oteatrodavida.blogspot.com.br.